20 de abril de 2011

Capas

Eu compro livros pela capa. Eu não os julgo pela capa, que fique claro. Gosto do livro objeto. O desenho da capa, a fonte do miolo, a gramatura do papel. Nada, jamais, será mais importante que o conteúdo de um livro, mas um bom invólucro às ideias nele contidas ajudam, e muito, o fenômeno físico da leitura e o apelo estético da compra. Fetiche.

Edição belíssima. Este livro, ao contrário dos demais, não foi comprado. Foi surrupiado das estantes de uma tia-avó, excelente leitora. Para vê-lo sob outros ângulos, vá ao set dele em meu Flickr, clicando aqui.

Ainda não li este. Tenho um apreço especial pela biografia do Hitler escrita pelo Joachim Fest. Talvez isto tenha contribuído para atrasar do Hitler de Ian Kershaw. Mas comprei este livro porque esta capa é sublime. Diferente da imagem que estampa o livro de Fest (publicado aqui pela Nova Fronteira e confortavelmente aboletada em minha estante, ao lado de Mao e Stálin) e diferente das fotos que costumo ver de Hitler, aqui o Fürer não aparece imponente, autocrático, soberano, mas frágil e aparentemente desconfortável. Os capistas acertaram na mosca com esta escolha, como você pode ler neste post do blog da Companhia.

Ótima (a melhor) biografia de Marcel Duchamp. Gosto do texto do Tomkins. Mas não foi a tradução da Maria Theresa que me fez ignorar o Tomkins em português (muito boa tradução, por sinal). Foi a edição da CosacNaify.


Exemplo raro de livro sobre o qual nunca havia ouvido falar. É uma biografia experimental, detetivesca. O autor escreve a própria criação da biografia do seu personagem. Recomendo muitíssimo (uma breve menção ao livro aqui). Gosto das publicações da New York Review of Books. Se a NYRB publica, é bom. Tudo que ela publica vale a pena ser lido. Mas achei estranha esta capa. As capas da NYRB são sempre simétricas, "certinhas". Esta é tão dissonante que me chamou a atenção.

Um dos melhores romances que li em 2009. Sobre a capa (e a leitura), esta coluna.

Gostei do minimalismo. Gosto de preto e branco. Teria comprado o original em inglês se a Companhia não tivesse feito um trabalho tão bonito. (A tradução do Caetano Waldrigues Galindo é exemplar.)

Este foi há pouco tempo relançado pelo selo Companhia de Bolso, da Companhia das Letras. Embora o trabalho da Companhia seja maravilhoso (como exemplo estão o livro do James Agee e do Walker Evans e as recentes edições do selo Penguin Companhia), as capas da Companhia de Bolso deixam muito a desejar. Prefiro esta edição do Perec à edição de bolso, embora o tenha adquirido muito antes, quando o livro estava esgotado e custava uma fortuna na Estante Virtual. A história desta compra está aqui.

Infinitamente superior à edição de bolso da Companhia. Céline merece esta capa.

Embora tenha este Talese original pela Ramdom House, não consigo me desfazer desta capa. Que é muito mais bonita e classuda que a capa recém desenhada, para se adequar às demais capas da (ótima) Coleção Jornalismo Literário, do mesmo livro.

Achava que este livro não existia. Que era uma invenção, como o Dom Quixote de Pierre Mernard. Lia outras pessoas falando dele, mas nunca o via por aí, em lugar algum. Até o dia em que o encontrei e, sem sequer folhear, o trouxe para casa. Projeto gráfico do Victor Burton.

Amor à primeira vista. Este livro precisa ser reeditado. É belíssimo. É um dos livros que gostaria de ter escrito. (Tradução da onipresente Denise Bottmann.) Comprei por causa da capa.

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Este post foi inspirado num do Alessandro Garcia.

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